Aqui fica o relato de parto com Hypnobirthing da Núria, mãe de segunda viagem, que me procurou sabendo que a unidade de saúde e os profissionais que a acompanhavam poderiam não adotar as práticas mais humanizadas e atualizadas. Assim, preparou-se para saber gerir o melhor possível a situação e ter uma experiência de parto positiva, mesmo em condições que se adivinhavam altamente desafiantes. Este é o seu relato de parto* com Hypnobirthing sobre o nascimento da Bianca.
“Gostava de partilhar consigo como foi o parto: tive a sorte de ter uma enfermeira-anjo que me foi compreendendo e defendendo, até sair do seu turno.
Permitiu-me caminhar pelos corredores depois do comprimido para a dilatação, sem soro, e nessa altura, numa das minhas idas à wc, às 13h30, rebentaram-se as águas de uma forma tão tranquila e eu só dizia que estava tão feliz ?
Eu só rezava que a cesariana que ele tinha que fazer, o entretesse!
Depois a enfermeira disse que tinha que me pôr no CTG de novo mas falou em voltar a caminhar (não voltei).
Comecei a ficar com contrações, supostamente fortes e mais regulares, fiz as respirações, sem sentir dor absolutamente nenhuma!
Depois o médico veio observar e afinal a bolsa tinha rompido apenas um pouco e quis acabar de a romper (eu bem tentei que não), não foi doloroso, eram 15h15.
Eu disse que queria que se desenrolasse de forma mais natural mas ele estava com pressa e eu só rezava para que a cesariana que ele tinha que fazer, o entretivesse !
Ouvi as meditações do Hypnobirthing, respirei, rezei, ouvi outras meditações e músicas de relaxamento.
Colocaram-me a Ocitocina sem eu perceber, só percebi quando o médico veio e perguntou porque é que tinham reduzido a dose. As contrações foram ficando cada vez mais dolorosas (claro, processo artificial) e quando senti que ia ser difícil aguentar, pedi Epidural, ate lá as respirações, estavam um bocado intensas demais e a enfermeira lá me lembrava para fazer uma respiração mais suave.
Fez efeito, sentia as pernas, apesar de algum formigueiro, mas do lado direito acho que não pegou a 100% e eu sentia alguma dor.
Durante todo este tempo, tanto no CTG antes de caminhar quando depois de voltar ao CTG após as águas me terem rebentado, ouvi as meditações do Hypnobirthing, respirei, rezei, ouvi outras meditações e músicas de relaxamento.
Passado pouco tempo da Epidural, comecei a sentir um mau estar insuportável (foi a única parte que custou mais), não sabia como havia de estar, só me apetecia subir paredes, percebi que haveria de estar para breve pelas reações das enfermeiras.
E ela saiu, num momento maravilhoso, quase orgaásmico!
E assim foi, levaram-me para outra sala e o médico disse para fazer força quando viesse uma contratação. Acho que fiz força umas 6 vezes, tive que levar episiotomia (apesar de não querer, o médico disse que poderia rasgar, sendo uma bebé tão grande – 3870kg e 49cm) e ela saiu, num momento maravilhoso, quase orgásmico!
Foi maravilhoso ver a minha filha pela primeira vez e, apesar das intervenções desnecessárias, foi um parto muito tranquilo! Fiquei muito feliz, mesmo.
Apesar das intervenções desnecessárias, foi um parto muito tranquilo!
A Bianca é uma bebé super tranquila e estamos muito felizes aqui em casa.
Muito obrigada por todo o seu apoio e ajuda, foi muito importante e com toda a certeza que ajudou a ter um parto tão bom, que nunca pensei conseguir! “
Obrigada querida Núria, dentro das limitações existentes, fico feliz que tenha conseguido evitar tantas outras situações que tínhamos previsto e tido a melhor experiência possível. Lamento que nesse hospital ainda existam profissionais que adotem este tipo de práticas e sejam tão pouco humanos. Lá chegaremos!
* O relato está escrito conforme foi enviado pela mãe e retrata a sua perceção.
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