Aqui fica o relato de nascimento do Sebastião, com a utilização do Hypnobirthing. Foi um parto bem desafiante, tal como toda a gravidez. Recordo-me da Margarida como uma grávida muito especial. Trazia uma bagagem emocional pesada, ansiedade diagnosticada desde a adolescência, aliada a uma condição médica que a poderia impedir de receber analgesia. Além de tudo isto, durante a gravidez ainda teve de enfrentar mais uns quantos desafios que interferiram com a sua tranquilidade. Foi ultrapassando cada desafio com uma força e vontade inabalável para vivenciar a sua experiência positiva de parto e este foi o resultado. O Sebastião nasceu num parto respeitado de uma mãe maravilhosa, que se redescobriu e fortaleceu com a experiência.
“Eram 23:20h quando a bolsa rebentou, não tardou a iniciar as contrações dolorosas que rapidamente ficaram rítmicas. Estávamos ansiosos mas felizes, eram as tão esperadas ondas que traziam o nosso menino.
Tomei banho e dançámos antes de sair de casa. Fui admitida na urgência cerca da 01h da manhã. Fui observada e tinha 3cm de dilatação, contudo sentia muita pressão e vontade de fazer força. Fui transferida para a sala de partos, foi-me colhido sangue e deixaram um cateter venoso periférico apenas com soro em perfusão. Tive de me deitar por causa do CTG e porque pensaram que iríamos avançar com a epidural. Sentia mesmo muita pressão/dor constante, para além das contrações.
Dado o meu problema de coagulação o anestesista protelou a administração até termos os resultados analíticos. Entretanto foi-me administrado um analgésico forte, mas que apenas me provocou tonturas e sonolência. Após o resultado do teste Covid o meu marido entrou, mas pediram-lhe para me deixar repousar.
Até ele chegar a enfermeira fez-me massagem na lombar, festinhas no cabelo e ajudou-me a respirar.
Quando melhorei desses sintomas, a dor permanecia. Tinha 4cm de dilatação. Questionei o anestesista, recusou. Ri-me e comentei que antigamente também nasciam bebés sem recurso a epidural, “vamos lá então!”.
Todos se riram comigo, o ambiente ficou mais leve. Sabia que existia esta possibilidade e aceitei de imediato o meu destino. Por algum motivo esta ia ser a minha história e do meu filho.
Ri-me e comentei que antigamente também nasciam bebés sem recurso a epidural, “vamos lá então!”.
Pouco depois surgiu a nossa obstetra. Ela e o R. ajudaram-me a levantar e a utilizar a bola de pilates. Ela apanhou-me o cabelo e fez-me uma massagem nos ombros. Ele iniciou a nossa playlist, segurou a minha mão e refrescava-me com compressas molhadas. A obstetra chegou mesmo a dançar conosco um das músicas!
Em 45 minutos alcancei os 10cm de dilatação. Deixaram-me experimentar as posições que o meu corpo pedia. Foi necessária episiotomia, consenti. Todos me deram imenso apoio, riam-se com as baboseiras que ia dizendo. Mantivemos sempre uma aura positiva e isso ajudou-me imenso.
A respiração controlada também foi uma mais valia, a dor aliviava bastante. Nunca pensei que não ia ser capaz, apenas que ia demorar muito tempo, mas, às 05:48h chegou o nosso Sebastião !
Colocaram-no no meu peito imediatamente, mas foi necessário ajudá-lo a expelir as secreções pelo que o levaram para a salinha ao lado. Enquanto cuidavam dele foram falando conosco, e assim que foi possível o R. pegou-o ao colo. A pediatra explicou tudo e tranquilizou-nos: ele era saudável e perfeito!
O Sebastião nasceu ao som da música “Leãozinho” de Caetano Veloso. Parece um sinal de que a nossa história tinha de ser assim ❤
Cuidaram de mim e por fim parabenizaram-me pela coragem, determinação e boa disposição.
Foi uma experiência transcendente!
Naquele dia nasceu o amor das nossas vidas, e com ele nasceu uma nova Margarida. Não sabia que tinha tanta determinação e coragem dentro de mim!
Obrigada por todo o apoio e ensinamentos. Nunca me vou esquecer de si e, numa próxima gravidez, irei procurá-la novamente. Um abraço apertado!”
Que orgulho tenho em si querida Margarida e que honra foi fazer esta caminhada a seu lado. Nunca duvidei de que seria capaz de ter a sua merecida experiência positiva.
Você merece!
O relato está escrito conforme foi enviado pela mãe e retrata a sua perceção. A M. fez o acompanhamento em grupo , com algumas intervenções mais personalizadas para superar os desafios na gravidez.
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