“O parto é um momento poderoso e intenso mas não tem se ser sinónimo de sofrimento”. Esta é uma frase que digo imensas vezes às grávidas que acompanho e na qual acredito profundamente. Os testemunhos das mães Hypnobirthing também a confirma.
Quase sempre, no início da conversa, recebo olhares de descrédito por parte da maioria de muitas grávidas.
É natural, pois nós mulheres crescemos a acreditar no contrário. Resignamo-nos à ideia de que o sofrimento é a única forma de fazer nascer um filho.
Quando me é dada a oportunidade de explicar como funciona o Hypnobirthing, vejo aparecer aquele brilho nos olhos de quem percebe a razão. Vejo aquela pequena luz de esperança de quem começa a questionar as crenças de sofrimento, enraizadas há tento tempo.
Adoro ver aquele brilho no olhar. Como se fosse uma pequena luz ao fundo do túnel.
Começam por colocar algumas perguntas, para entender o conceito e, devagarinho, vai fazendo mais sentido.
Aí, revejo-me em todas elas, quando percebi REALMENTE o que era o Hypnobirthing e porque é que funcionava.
Tão Simples!
É tão simples e faz tanto sentido que é quase inacreditável!
Como aquelas invenções em que pensamos: “é tão simples, como é que ninguém se tenha lembrado disto?
Realmente, quando questionamos e entendemos o conceito é o que acontece. Mas, para isso, há que ter interesse, perguntar porquê ou como.
A ideia de um parto doloroso está tão enraizada na sociedade moderna que muitas mulheres nem se questionam sobre a razão. Apenas aceitam, com total resignação.
E isto é preocupante porque, tal como demonstrou o pediatra Michel Odent, a forma de trazer um bebé ao mundo vai influenciar toda a sua vida. E, na maioria das vezes, é através de grande sofrimento e aflição que trazemos os nosso filhos ao mundo.
Foi uma experiência traumática de parto que me levou pelo caminho do Hypnobirthing, exatamente porque não me fazia sentido tanto sofrimento para algo tão bonito como ter um filho.
Tinha de haver outra forma…
E passados alguns anos e muito estudo, consigo ajudar as grávidas com quem trabalho. Digo, a cada uma delas, a mesma frase e explico o porquê. E, quando entendem, faz-lhes sentido, tal como me fez a mim quando conheci o Hypnobirthing.
Mas para isso, é preciso que queiram mesmo saber, que queiram mesmo perceber e que queiram mesmo ter um parto bonito e poderoso.
Ainda há tantas mulheres resignadas com o sofrimento que nem acreditam que é possível, o que é preocupante.
Principalmente por saber que as emoções associadas a um dos, senão ao dia mais importante das suas vidas, serão emoções ligadas ao sofrimento.
Há sempre as eternas frases “doeu muito mas valeu a pena” ou “dores paridas são dores esquecidas”.
Mas não, o sofrimento não se esquece e ficam lá as marcas. E bem vejo essas marcas nas mães de segunda viagem que acompanho. A experiência traumática do primeiro parto está lá bem guardadinha. E, talvez por isso, procuram outra forma de vivenciar a sua segunda experiência.
Bem sei que o amor que temos por um filho é maior de que todo o sofrimento mas questiono: como seria essa experiência se retirássemos o trauma do sofrimento?
Se apenas uma mulher parar para refletir sobre estas palavras, já terá valido a pena escrevê-las. Porque acredito que o nascimento de um filho é uma experiência única e sublime e deve ser vivida em harmonia.
Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos- Hypnobirthing7- Programa de acompanhamento online com Hypnobirthing.
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Fonte da imagem: oldtownhypnotherapy.co.uk